Encontro “Comunicar & Incluir: Produção
e Uso de Recursos para a Comunicação Acessível
No dia 12 de novembro de 2016, decorreu em Coimbra, no ISEC (Instituto
Superior de Engenharia de Coimbra), o
Encontro “Comunicar & Incluir - Produção e Uso de Recursos para a
Comunicação Acessível, inserido no projeto “Comunicar & Incluir – Tecnologia e Educação Especial”, financiado
pela Fundação Calouste Gulbenkian.
O número de inscrições (260) ultrapassou o número de vagas inicialmente
previsto, levando a organização a aceitar a totalidade das inscrições, no
sentido de dar oportunidade a todos os interessados de fazerem parte deste
projeto.
Tratou-se de uma sessão muito profícua, em termos de partilha de
experiências, especificidade e qualidade de conteúdos abordados na área da
Comunicação Acessível.
Tornar a comunicação acessível significa adaptar a informação para que Todos, inclusive os que apresentam alguma
necessidade especial, possam ter plena compreensão do seu conteúdo.
Não restam dúvidas de que uma Comunicação Acessível se revela um
contributo fundamental para que cada indivíduo desenvolva o seu potencial e
utilize, de forma independente, os recursos que a sociedade lhe disponibiliza.
Com este propósito, foram abordados, ao longo do dia, diversas temáticas
relacionadas com a Comunicação Acessível.
A primeira intervenção subordinada ao tema : “Dificuldades
Acentuadas de Comunicação: Linguagem e Aprendizagem “ esteve a cargo da
Professora Doutora Maria Aparecida Cormedi e visou os seguintes conteúdos:
- Dificuldades acentuadas de
comunicação, linguagem e aprendizagem: conceitos alinhados.
- As
possibilidades do aluno com dificuldade
acentuada de comunicação.
- Dificuldades de Comunicação e Deficiências da Visão:
estratégias para a intervenção.
-
O aluno com dificuldades
acentuadas de comunicação em ambiente escolar.
A
segunda, intitulada “Cruzando Olhares: Pilares do trabalho em equipa com as
famílias”, foi dinamizada pela Professora
Doutora Fátima Maia, docente da Universidade Fernando Pessoa, no Porto, tendo a
oradora abordado os seguintes pontos:
-
Trabalhar com famílias: enquadramento, modelos e conceitos.
-
Parcerias pais – profissionais: mudança de paradigmas e práticas recomendadas.
-
Escola e Família: um percurso conjunto a construir.
Após
estas duas brilhantes intervenções, que estimularam a participação da plateia, teve
lugar uma breve pausa para coffee break
e networking.
Retomado
o programa, seguiu-se um momento de partilha de experiências, com o testemunho de quatro
docentes, que deram a conhecer os trabalhos desenvolvidos no âmbito do Curso de
Formação “Comunicar e Incluir: Produção
e Uso de Recursos para a Comunicação Acessível”, os quais tiveram a
orientação pedagógica do terapeuta João Canossa.
Fizeram
parte desta partilha, as seguintes apresentações:
“Passaporte para a Comunicação” – Dr.ª Alexandra Ilharco
“Vou a uma Consulta de Autismo” – Dr.ª Sónia Almeida
“Aprender a Juntar Cores” – Dr.ª Cristina Silva
“Comunicação para todos: Guia de
Utilizador da Biblioteca Escolar” – Dr.ª Maria
José Vale
Os presentes
tiveram a oportunidade de conhecer, numa perspetiva prática e funcional, formas
de tornar a comunicação acessível para crianças/jovens com diferentes
problemáticas.
A parte da
tarde esteve novamente a cargo da Professora Doutora Maria Aparecida
Cormedi, com a dinamização do Workshop “O Aluno com Dificuldades Acentuadas de Comunicação: Linguagem e
Aprendizagem – Modelos práticos”, que
proporcionou uma dinâmica interativa a todos os presentes.
Foram
abordados os seguintes pontos:
- Compartilhar
experiências e as necessidades dos participantes.
- Modelos de recursos de comunicação alternativa de baixo custo e baixa
tecnologia.
- Aplicação
de calendários como instrumento para comunicação e apropriação de conceitos.
- Uso de iPads como recurso de
avaliação e comunicação para alunos com baixa visão.
- Planos
educacionais individualizados centrados na linguagem e comunicação para facilitar
a aprendizagem.
Através da
análise de casos concretos apresentados, para os quais se pedia aos presentes
que fizessem uma análise das diferentes formas de comunicação / interação, foram
solicitadas sugestões que facilitassem/potencializassem a comunicação entre
emissor e recetor.
Em toda a sessão, foi mantido um
clima de interação e de partilha, tendo a oradora passado a seguinte mensagem:
“Não se pode deixar de acreditar nos alunos com necessidades educativas
especiais, uma vez que todos, independentemente das limitações de cada um, têm
potencial de aprendizagem. Cabe a cada um de nós encontrar a melhor forma de
tornar a comunicação acessível.”
Em jeito de conclusão, acreditamos
que saímos deste Encontro com a convicção de que cada um de nós pode e
deve contribuir para uma Sociedade /Escola ainda mais INCLUSIVA.